Essa semana

cheguei a conclusão de que o amor é uma responsabilidade. O ato de amar está nos gestos e em como a gente se responsabiliza pelo ser amado: vou tomar a autoridade e liberdade dele e fazer tudo por ele? ou eu vou apoiá-lo em suas decisões, em quem ele é, ajudá-lo a ter senso crítico sem tirar sua autonomia? Quanto eu me responsabilizo por mim, pelos meus deveres e obrigações, pelos meus direitos, pela minha saúde e pelo meu lazer? Quanto eu me amo? Quanto e como amo os demais?

Por isso também tô um pouco puta de não ter ido na academia, meditado… não é só sobre fazer exercício, é sobre me permitir me cuidar e ter tempo pra mim mesma, pra me amar, pra me cuidar e pra me dar atenção. Preciso disso e isso é essencial pra se viver bem e ser feliz. Me responsabilizar pelo meu bem estar é me amar, é me tornar feliz, e eu quero muito, muito tudo isso.

Mulheres que Correm com os Lobos

Primeira Leitura

Ao menos essa inspiração não quero trair. Sem sombra de dúvidas vale a pena falar sobre como foi, finalmente, finalizar esse livro.

O processo de ler ele é um deleite: a identificação que tenho com cada frase é um delírio. Não é exagero, cada frase desse livro, em especial quando Clarissa faz suas descrições, é uma evocação da mulher selvagem em mim.

Quando terminei ele hoje, estava confiante e disposta a desenhar a imagem minha, da minha vó e bisavó que tanto sonho, há tanto tempo; escrever todas as minhas ideias sobre quais livros e crônicas quero escrever… Queria começar o capítulo um de um livro com uma heroína guerreira, queria dar os primeiros passos… Mas me deixei apenas ficar no computador e sonhar com quantas besteiras quero comprar no Brasil.

Ok, começando de novo:

Eu queria usar a minha voz. Cheguei no parque blandan e fui ler o livro em voz alta, em português, com alguns franceses muito provavelmente querendo ficar do meu lado. Por estar toda centrada na minha vergonha de ler em voz alta, já imaginava que ninguém queria estar do meu lado ou que incomodava pessoas… Até quem sem se importar com nada parou do meu lado nos bancos e aproveitou o celular no parque.

E foi muito poderoso ler aquilo tudo em voz alta. Ler esse livro todo é poderoso, mas em voz alta foi diferente: eu tive mais concentração, porque queria ouvir a minha voz. Era bom me ouvir dizendo aquelas frases todas lindas. Eu me afirmava ainda mais, sentia a mulher selvagem mais perto.

Era muito bonito o verde do parque logo no começo da primavera no fundo, compondo uma paisagem que continha (tudo, o que quer que fosse), diferente do meu quarto que é uma imensidão de paredes brancas e objetos. O brilho do sol, o vento, poder ouvir minha própria voz: tive vontade também de ir pro teatro romano e declamar meu poema do ir trabalhar, ler outras partes daquele livro.

Foi fortalecedor ler sobre o casamento de pessoas tão diferentes logo no fim do livro quando quero terminar um relacionamento da mesma forma que me traz uma segurança enorme ter palavras que tocam tanto meus valores dizendo que a espera e o descanso são duas ações tão importantes na vida.

Isso também é algo que ela discute no livro: na vida, a gente vai ter mais um monte de mães, pais, teremos muitas pessoas que vai nos iniciar, acompanhar nossa jornada… E pra mim esse livro é mais um guia. A sensação que ele me traz é um guia.

Quando esqueço e adormeço querendo me desfazer de tantas cobranças e inseguranças, é um bote salva-vidas pra um canto no meu corpo e mente que é independente de todo esse mundo externo, concreto. É uma forma deliciosa de me apoiar e voltar para aquela sensação de quando tinha doze anos e conseguia escrever, imaginar…

Ler esse livro é saber que os meus sonhos ainda estão vivos em algum lugar dentro de mim, e que não importa quão difícil a vida seja, ou o quanto ela vai mudar, eu ainda estou aqui.

Fora quando ela fala sobre como somos feitos de histórias…

Tudo o que eu li.

Anda difícil acessar todo e qualquer sentimento e eu queria um remédio pra isso.

Fico satisfeita de ter esperado até agora para terminar de ler. E agora que terminei, quero reler com muita calma.

Quero mil coisas, mas ando fazendo pouquíssimas. Me permitir isso é bom também.

Louisa May Alcott — La mère des filles du docteur March

Escrito por Viviane Perret em 2014.

Considerações até agora

Estou no capítulo 6 do livro.

O que me recordo com raiva e indignação é o pai da Louisa abandonar o cuidado com as crianças. A mulher ficava literalmente trancada numa casa que eles tinham, cuidando das duas filhas, dizendo em cartas como estava com depressão e tudo mais, enquanto ele só queria saber de se debruçar sobre livros por se considerar um gênio e querer revolucionar a educação.

Aí não posso negar: o fato deles estarem tão conectados com a educação e ter métodos diferentes (e doidos até… fazer seus alunos baterem em você?! Pra época, acho uma boa lição. C’est pas mal du tout. Mas ainda bem que outras pessoas pensaram na educação também e podemos hoje sair do espaço da punição…), isso toca demais meu coração e me inspira.

A maneira como Alcott sempre colocou seus princípios em vida é outro ponto que me impressiona. Nunca houve motivo pra ele deixar de falar sobre reprodução sexual nas escolas quando se sentiu confiante, ou deixar de educar jovens negrxs. Ele ficou na miséria por fazer aquilo que acreditava. O problema, de fato, é que foi sim extremamente egoísta e não ficou na miséria sozinho. Levou junto com ele suas filhas e sua mulher. Sim, ele as abandonou para seguir o ideal da sua vida e continuar a estudar, lá nos Estados Unidos… E o lado bom disso foi como as pessoas quiseram então ajudar Abba a se aprumar, regular a vida logo em seguida que ele partiu.

Então fica claro, de novo, como o trabalho do cuidado é invisível desde sempre nessa sociedade, e sempre sobra pras mulheres.

Escrevi isso no meu diário: a violência e a injustiça de Abba não ter mais meios de desenvolver, compartilhar e exercitar a sua intelectualidade depois de ser mãe, enquanto isso é literalmente tudo que o seu marido faz depois de se tornar pai. Ela precisou escolher entre os dois — ela quis se casar com alguém logo com quem pudesse compartilhar suas intelectualidades, seus pensamentos sobre feminismo e tudo o mais… Mesmo assim não escapou de ser mãe, mãe e mãe a partir do momento que suas filhas nasceram.

Os dois pensavam sobre educação, feminismo, racismo… E foi Alcott quem pode continuar a viver a vida de acordo com seus ideias.

Narcisista do caralho, esse homem. Muitas vezes me enraivece. A terceira filha nasce e ele só consegue dizer que ela será o próximo gênio da família, você jura pra mim?

E quantas gravidezes Abba perdeu. Deve ter sido horrível mesmo.

Sobre os “personagens” que aparecem no livro, Thoreau me impressionou e muito. A ligação deles com a educação e a proximidade com esse filósofo me impressionou demaaaaais. Quando Viviane releva que eles brincavam no lago Walden, que ele tinha um jeito enorme de entusiasmante de brincar com as meninas e uma proximidade com a floresta, nossa… Eu fiquei encantada. Desde que meu professor de filosofia falou sobre ele, o lago Walden, a desobediência civil… Eu sempre quis me aventurar pela filosofia dele, pelos livros dele, e então descubro que Louisa May teve uma paixão de criança/adolescência por ninguém menos e ninguém mais do que ele!

Senti que estudar a história dessa escritora é um passo marcante na minha vida, que começa hoje e espero nunca terminar! Espero apenas encontrar mais mulheres como ela pra me inspirar e continuar essa jornada doida que é materializar meus sonhos.

Ver como tanto ela quanto os pais são extremamente ligados à política também é uma inspiração. O tanto que eu conversava sobre política no ensino médio me fez entender que sou gente, que tenho uma voz e que quero mudar sim o mundo e construir ações ainda nesse mundo doido que vai além de conversar sobre racismo e machismo na mesa de um bar com meus amigos (saudades desses amigos inclusive). Por isso adoro seguir a Mirelle no ig: TUDO é política e ela mostra isso muito bem, sempre. Por isso adoro tanto seguir outras pessoas que vivem por e através da política, como a Sabrina, o Jones Manuel, o Tiago Ávila, a dona Rita.. Ah, meu senhor! E também é um dos motivos pelos quais eu adoro as minhas amizades: a Bella, volta e meia todo mundo: de alguma maneira todo mundo quer falar disso comigo, algo que eu adoro! Bem… A família da Abba, antes e depois do casamento, todos estavam sempre envolvidos com política e isso é algo incrível. Também quero fazer mais do que falar sobre política. Só não sei o quê fazer, nem como fazer, além de pensar essas saídas cotidianas de conversar e pensar como consumir.

Ainda bem que aqui eu posso falar o que eu quiser, porque to me distraindo mesmo com essa escrita! É tão bom falar consigo mesmo. Eu senti uma falta enorme de escrever, é bom saber que em algum momento alguém pode ler isso tudo que to escrevendo, é bom esses pensamentos não serem só meus.

Voltando ao livro, a partir de agora quero sempre atualizar esse post na medida que for lendo o livro, com comentários. Quais? Não sei. Mas qualquer um que me faça pensar e apreender o conteúdo do livro.

Ah, last but not least, a escrita da Viviane! Achei que ela tem uma sensibilidade pra descrever várias cenas com as crianças, da Abba e até mesmo para falar sobre o Alcott e o casamento, seu empenho em focar na educação e nos estudos… Diferente do que to acostumada, ela conta bastante fato, coloca bastante informação. Afinal de contas ela tem a sua formação como historiadora, e algo muito bacana é como ela muitas vezes, ainda mais no começo, faz uma ponte entre o contexto histórico,/econômico, falando sobre algo que está se passando no país, no estado; e relacionando-o com a situação da família. Algo que eles enfrentavam, por exemplo. Gosto como algumas vezes ela é irônica, como ao falar sobre as pessoas que passaram a ajudar muito mais a Abba depois que seu marido foi pros EUA, e gosto de como ela faz alguns comentários mais certeiros…. Quando achar, vou copiar aqui, com certeza!

Começando o diário

Chapitre 6

Bem, aqui Viviane descreve como eles querem começar uma nova comunidade… do fim do mundo, isolados de tantas pessoas. Especialmente pessoas queridas como o Emerson e o Thourau. Ela já alerta que começa mal e não vai melhorar essa experiência, mas antes disso, fala algo que também me sensibiliza: Alcott morreu com umas 30 mil páginas de seu diário e exigia que as filhas tivessem o mesmo hábito. Para o meio deles, isso era muito encorajado, mas os pais não respeitavam muito a privacidade dos filhos…. Apesar de que todos liam os seus diários: liam os das crianças nas suas reuniões, Abba lia o de Alcott e Louisa pedia que a mãe lesse os seus e queria também elogios. Essa passagem aqui, onde meu computador marca 5/15 (a “página” exibida), me encantou:

Les pedagogues, (…) conseillaient aux parents d’inciter l’enfant, dès sa dixième année, à rédiger son journal intime. Le but était de développer une meuilleur connaissance de soi afin de corriger ses défauts. Le mot intime n’était pas à prendre au pied de la lettre, car le sparents étaient invités à lire régulièrement la prose de leurs progéniture afin de suivre leurs évolution. Louisa se plia volontiers à cette coutume, sollicitant les commantaires de sa mère. Abba répondit à sa démande le jour de son onzième anniversaire, en inserant un paragraphe, la félicitant pour la qualité de son écriture et l’encourageant à coucher sur le papier ses réflexions et ses observations. « Rappelle-toi, chère fille, qu’un journal intime devrait être un résumé de ton existence. »

5/15

Eles eram fãs de banho!!!!

À Dove Cottage, l’astuce trouvé avait été de laisser les fillettes nues dehors le jours de pluies. À Fuitlands, (…) Néanmoins, l’habitude perdura de se laver tous les jours, à l’eau froide, car il était hors de question d’ajounter aux nombreuse corvée qui incombaient à Abba et ses filles celle de la chauffer. Elles se dissimulaient alors derreère un abri de fortune. Bronson montait sur un escarbeau et les arrosait copieusement avec des pichets d’eau. La douche glacée se faisait au lever des fillettes, c’est à dire à cinq heures du matin, tandis que les hommes allaient se baigner dasn le ruisseau.

6/10

O grifo foi meu. Graças à deus que as mulheres/crianças se recusavam a esquentar a água. E se eles quisessem água quente, não poderiam eles mesmos esquentar? Porque é óbvio que elas fariam esse serviço? De qualquer forma, é incrível a determinação deles em tomarem banho às cinco da manhã, e banho gelado de verdade! Eu queria fazer o mesmo. Meu psicólogo falou como faz bem pra ansiedade. Mas hoje eu ando mesmo sem coragem. E com os dias frios, confesso que às vezes nem tomo banho 😛 ponto pra eles! Eles tinham mesmo hábitos muito legais. É bacana a mulher apoiar o marido em tudo também, mas honestamente, ele podia ter uns miolos a mais e pensar mais do que nos seus ideais. Por isso repito: mulher tem que ter dinheiro. Se Abba tivesse herdado o dinheiro do pai, elas não teriam que passar tão apertado. Tomara que ela também não entregaria tudo na mão do marido… Mas acredito que ela faria alguma coisa para ao menos se aproximar de poder ter uma casa boa pra elas mesmas.

E que canalhice o pai não ter deixado nada pra ela quando morreu. Vida de mulher é um inferno de dureza! Homem pode abandonar filha do dia pra noite, sem e especialmente com mulher/casamento novo. É fácil e rápido a gente ficar no passado e ser esquecida. E ainda por cima, Abba tinha que trabalhar com tantos cuidados que não pensava em como ganhar dinheiro — o que já era muito complicado e difícil pra época.

Mulher e dinheiro é uma relação complexa. No blog quero falar bastante sobre isso, nem que seja só pra colocar as minhas perguntas.

Ah, e os homens nadavam em algum lugar de água corrente. Eles queriam que esse Fruitland fosse um novo Éden, mas ainda escondiam os corpos das mulheres enquanto os dos homens tavam lá, num riozinho, de manhã. Que saco.

Caralho, Louisa escreveu um texto satirizando Fruitland e criticando muito a sua mãe. Puta merda! Que menina-mulher! Ela conseguia criticar o relacionamento dos pais e o comportamento da mãe em relação ao pai ainda jovem. Que ótimo também. Me entristece a Abba viver um relacionamento de codependência nesse nível, logo ela que queria participar tanto da política e, pra começo de conversa, nem queria se casar. Bem, vou deixar aqui qual foi o comentário relevante de Viviane em relação ao texto de Louisa:

Louisa écrira une satire de cette expérience, Transcedental Wild Oats, un récit à peine voilé d’un peu de fiction par pudeur. Abba y sera baptisée Mme Lam (Mme Agneau), « Sacrifiée sur l’autel conjugal, suivant son mari tel un ballast attaché à un ballon ».

9/15

Acabei de colocar Transcendental Wild Oats no kindle e espero ler ele logo 🙂

Como o filho da puta do Bronson fica perto de alguém e quer construir uma realidade nova do lado de um filho da puta que trata Abba com tanto desprezo? Puta que o pariu. O comentário que a Viviane colocou no livro (e nem é o primeiro) que o infeliz do Charles Lane fez sobre ela é desprezível.

É revoltante pensar em quem a Abba era antes do casamento, antes das filhas, e como ela é vista agora. É uma loba que perdeu todos os seus instintos, todos. E que culpa tem ela, se ela foi isolada de tudo e de todos por um casamento e por ser responsável sozinha pelas crianças? Dar banho e fazer umas anotações no diário é praticamente tudo que eu entendi que Bronson fazia. Puta que o pariu! É realmente revoltante. E os homens não melhoraram muito não. Abba precisa de si mesma de novo mais do que qualquer outra coisa.

Achei bem irônico Viviane dizer que além de musculoso, Isaac Hecker tinha “une tête bien faite” quando a opinião dele sore Bronson é que ele é “egoïste, individualiste, préférant discutir plutôt qu’agir.”.

Irônico não, sincero. Dei risada.

“Le Britannique était séparé de sa femme et souhaitait que Bronson fasse de même.” PELO AMOR DE DEUS, NÃO BASTA ELE SIMPLESMENTE LEVAR A FAMÍLIA TODA, TODA PRO FIM DO MUNDO, ELE AINDA QUERIA QUE LÁ OS DOIS TERMINASSEM? VAI SE FODEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEER CHARLES LANE, OUTRO NARCISISTA DO CARALHOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO.

Bronson tá levando a sério se separar. Eu detesto ele com todas as minhas forças, mas eu to ficando contente em pensar que Abba vai ficar sem ele.

“Lane et Abba se disputaient Bronson.” eu não acredito que esse filho da puta tem um ego tão ferido assim e não consegue nem decidir se quer ficar com a mulher e suas filhas ou um colega infeliz, completamente infeliz e misógeno do caralho. C’est affreux. Como essa mulher tá lutando por um homem que não quer mais nem lutar por ela? Caralho meu senhor do céu por favor que ela tenha se separado dele e daí em diante tudo tenha ido bem na vida dela.

Isso é outra coisa que pensei e não escrevi: entre ficar na situação que ela já estava, na merda, e viver com as filhas e sem o marido, divorciada ou como que fosse (não acho que existia divórcio nessa época, mas seria realmente o estilo de vida de uma mulher não viúva, mas divorciada), era preferia ficar com o marido! O fardo de ser divorciada e o julgamento das pessoas sobre ela ser divorciada deveria ser uma merda de paralisante e torturante pra ela preferir ficar com esse imbecil.

Et voilà ce que Viviane viens d’éclairir:

Une femme d’Amerique des années 1840 était entièrement soumise à son mari, sans aucun droit lui permettant d’interer une action en justice, de signer des contrats, de posséder une propriété et, en cas de divorce, de garder ses enfants. Mary Cove, dont le Britannique Henry Wright était tombé amoureaux, en avait fait la cruelle expérience. En se séparant de son mari brutal impécunieux, elle avait été privée à tout jamais du droit de voir ses enfants.

14/15

Puta que o pariu. Je suis pas mal du tout. Mas é só o começo do nosso empoderamento.

E eu lá quero saber da depressão do Bronson? Eu quero saber como a Abba tava, como as meninas lidaram com tudo! Cadê as fofocas dos vizinhos, Viviane???? Deviam ser mais do mesmo.

Bem, por fim, o que esqueci de comentar é que achei também incrível ele querer criar um tipo de veganismo nessa época. Pena que Bronson tinha um parafuso a menos.

Chapitre 7

Ah, Louisa disse que os momentos que se seguiram de volta à Concord foram os mais felizes da sua vida. Pelo visto o capítulo começ lá pelos seus 14 anos. Como não dizer que essa época é a melhor da nossa vida? Tem que ter acontecido realmente muita merda, mas ainda assim a gente lembra de coisas boas. É como se fosse um resto de intensidade de criança com o começo de consciência de adulto. É delicioso! Mano Brown também fala em um podcast (não lembro com quem agora, talvez o Djonga) sobre como essa época é gostosa e a gente gosta tanto dela, se apega tanto à ela. E como ele acha difícil de se desapegar.

Ah, para a Fruitland, eles também repensaram o tecido da roupa e como se vestir. Além disso to adorando que a Viviane Perret tá comentando sobre as roupas: ler Mulher, roupa, trabalho virou uma chavinha no meu pensamento sobre moda e se vestir. É ainda mais interessante ler o que ela diz. Ah, e claro, ela tá comentado porque Louisa tem por hábito preferido correr em 1840 mais ou menos, “lorsque le simple fait de devoiler une cheville était taxé d’indecence.”. Ah, que lobinha selvagem!

Eu não acredito que o Tratado da desobediencia civil é um discurso do Bronson, pai da Louisa. Eu não gosto dele! Inferno…

Eu não suporto o Bronson:

Louisa l’effrayait [son père] quelque peu avec son tempérement volcanique et insousmis. Elle-même se sentait « sauvage et étrange », consciente d’être plus mûre que les enfants de son âge. Seule sa mère semblait comprendre sa nature et désirer l’aider. D’ailleurs, ce fut Abba qui lui offrit un porte-plume neuf pour son quinzième anniversaire et l’encouragea à écrire. Une intuition maternelle sur la disposition littéraire de sa fille à laquelle Bronson demeurait aveugle. L’éducation devait selon lui faire émerger le génie chez un enfant. Si les qualités recherchées n’étaient pas innées, alors l’instruction n’était qu’un vernis dont on badigeonnait les faiblesses afin de les dissimuler. En Louisa, « fille d’une démone et démone elle-même », comme il l’écrivit avec peu d’élegance dans son journal, il ne reconnaissait pas les aptitudes et talents qu’il attendait d’une femme.

14/15

É, eu me vi muito nesse relacionamento pai e filha. Dizer o que? Essa frase já diz tudo.

De toda forma, me vejo bastante e de novo em Louisa. E acredito que Jo Rowling (sim, eu sei, transfóbica… algo que espero logo em breve conversar com a Bella sobre) também. E apesar de tudo, nessa frase acabo de citar 4 grandes escritoras: Viviane, Jo, Bella, Louisa. Até hoje, apenas 3 publicaram um livro (acho que Bella não publicou nada em uma editora até onde eu sei). E aí, quando é que a quinta vai surgir?

Tão apagando as luzes do café, quero terminar de ler aqui.

Novo dia!

Aqui Viviane diz que a Madame la démone mère tinha pesadelos à noite quando trabalhava em outra cidade sozinha, ao lado apenas de May. Vale lembrar que até onde eu sei, pesadelos podem ser um sinal de muito estresse, de uma psique que se encontra em perigo e precisa de alguma forma comunicar essa situação.

O capítulo sete termina com Louisa determinada a ser rica, célebre e feliz antes de morrer. Disse essas palavras todas pra um pássaro que encontrou nos últimos momentos que passou em Concord.

Gostaria de perguntar: como foi escrever esse livro? Ela leu todos os diários, ou o diário apenas de Louisa? Teve acesso? Quais documentos usou?

Gosto muito como ela sempre fala de toda a situação da família, mas não esquece de por os sentimentos da Louisa nas situações. O foco nunca sai realmente da garota, muito menos de seus sentimentos e seu gênio forte.

E aqui de novo, logo tão pequena, determinada a ajudar a família e a trabalhar também. É um lado bom de não esconder assuntos das crianças, de serem todos francos, e diria até de não ter um pai capaz de exercer esse papel de pai. Infelizmente por outros motivos que não é a sua própria independência, Louisa decide se tornar adulta, e decide ela mesma tomar o papel de heroína da família.

Felizmente, não faz só por eles. Faz por ela também. Ela é capaz de dizer o que ela sabe ou não fazer e através de quais trabalhos vai ajudar a família. Mesmo atriz, nessa época desgraçada para mulheres.

E mais do que isso, se espelha no narcisismo do pai e quer ser um destaque. Ainda assim, no contexto histórico dela, pra uma garota que já sente na pele tão jovem a diferença entre homens e mulheres, conviver especialmente com homens célebres, ter a coragem de dizer pra si mesma “je serai riche, célèbre, et hereuse avant mourrir, vous verez !”, é extraordinário. Existe dois caminhos no narcisismo: achar que você é a pior coisa que existe nesse mundo, ou achar que é a melhor de todas.

É muito raso, muito raso mesmo dizer que ela está simplesmente sendo narcisista em querer ser grande, mas não sei qual outra palavra achar. E se fosse mesmo uma pequena narcisista, ela simplesmente não se importaria com a família.

Mas esse ideal do eu (voilà!) gigante, isso é fantástico! É extraordinário! Ela não apenas conviveu com pessoas gigantes que foram marcadas na história da filosofia, por exemplo, como ainda se disse: eu serei como eles todos. Serei inteligente, célebre como todos que estão ao meu redor e me ensinaram tanto. Ela pode não gostar da própria raiva, mas definitivamente ela é um motor pra uma garota que quer dizer muito mais “meu lugar é entre vocês, inteligentes e célebres” do que aceitar a condição feminina da época. Pra se encaixar em um lugar em que não somos bem vindas de diferentes maneiras precisamos muito da raiva. Ainda bem que ela é selvagem e estranha, filha de um demônio e a própria diaba.

Que eu encontre todas as selvagerias dentro de mim e que elas cruzem comigo, por mim, na minha vida.

Chapitre 8

Além de falar como a família tá vivendo de maneira complicada em Boston, Viviane também dá pinceladas do contexto histórico da cidade. Pinceladas de um retrato muito bem descrito por exemplo sobre quão numerosa Boston estava na época. O que mais gostei até agora foi logo no começo, quando ela usa a declaração do historiador Daniel Boorstin sobre as diferentes migrações do país:

« la vision du colon était dominée par sa destination, celle de l’émigrant par son point de départ. Le colon avait été attiré, le refugié expulsé […]»

2/13

Bem, essas frases resumem muita coisa.

E eu não sabia, mas pelo visto a vida e a história não são nada fáceis pros irlandeses.

Não sei como mas fui parar na wikipedia da Louisa, vi a sua cara e agora estou devastada porque ela morre.

Novo dia! Ver o vídeo sobre a casa da Louisa foi um erro tremendo.

Poderia falar também sobre o assédio que Louisa sofreu no capítulo 8, mas me falta raiva. Não quero que ele passe em branco, então comento aqui.

Nada me tira da cabeça que mulher precisa de dinheiro. Sempre.

Chapitre 9

Talvez eu quisesse amar alguém como a Abba ama o Bronson. Talvez. Talvez seja simplesmente perigoso e fora da realidade.

Por que estar ao lado deles é tão complicado?

Mano, essa galera é foda. O Emerson é incrível.

Eles estavam constantemente ajudando os escravos a escaparem do sul, e quando uma lei quis punir até quem os ajudasse, Emerson não ficou quieto. Foi falar publicamente, falou

Novo dia, nova Rakwé

Cara, é incrível saber que um filósofo por que eu tenho tanta curiosidade de conhecer como o Thoreau é tão daora. Ele realmente fazia coisas. Aqui a narradora dá destaque a como Abba hospedava em Hillside certos negros que conseguiam fugir de um vagão de trem. Aparentemente tinha toda uma organização pra ajudar eles, e ela contribuía com a casa. Logo em seguida o Thoreau os ajudava a continuar o caminho pro Canadá (se não estou falando besteira. Quero avançar bastante nesse livro hoje, então to com preguiça de voltar mais parágrafos pra entender bem o contexto desse parágrafo que achei).

Aliás, correção: ele e a Abba são incríveis. Ela oferecia a casa. É muito bom ver como ela ainda podia fazer algo que pertencia à ela: não era para as meninas, nem para o seu marido: era sua convicção política, toda própria, em ação.

E por falar em ação, baixei também o livro Uncle Tom’s Cabin e espero lê-lo alguma hora.

É tão bonito ver a relação dela com o dinheiro.

Eu fico realmente contente de ver como ela guarda, investe nela (agora indo para Boston pois pode alugar sua própria pensão lá) e como ela tenta fazer isso através da escrita. Claro, existe a parte triste de: tudo era um inferno e, até mesmo me colocando no lugar dela, imagino que ela tinha o peso do mundo e do bem-estar da família em seus ombros. Ainda que eu precise pensar apenas em mim mesma, esse peso em muitos momentos foi um fardo colossal. Espero que ela tenha continuado a correr sempre que pôde, e que ela tenha feito muitas coisas para se sentir bem.

E pesar que ela encorajava mulheres a correr numa época que, vestidas, elas mal podiam se mover!

É realmente muito bom poder ler sobre a vida dela. Agora quero o livro físico de novo (e acho que vou pagar de novo por ele…).

… et l’argent est mon objectif principal en ce moment.

11/15

Cara, num mundo de hoje onde as mulheres são instigadas a só gastarem com a sua aparência, com trivialidades; a apenas pensarem em relacionamentos (sempre de uma forma submissa ou simplesmente não harmônica/respeitosa… com os homens), pra mim é grandioso que ela se preocupe com o dinheiro.

Ok, ok, esse meu encanto provavelmente vem de um lugar burguês por eu pensar que está refletindo meu desejo e minha vontade hoje. Afinal de contas, ela passou pela miséria — coisa que até hoje eu nunca conheci.

E burguês mas nem tanto né… Quem me dera ser burguesa. Graças a certas amizades sei que não sou mesmo.

De todo modo, aaaaaaah! Ela é mulher, ela corre, ela escreve, ela fala sobre dinheiro. É gostoso ver isso.

Awn! Agora to morrendo de amores por ela ainda apaixonada pelo Emerson e Thoreau!

Senhor, agora foi um combo:

Estou lendo a biografia de Louisa no momento em que ela lê a biografia de Brontë e se pergunta se ela será um dia célebre o suficiente pra alguém ler a biografia dela. Bom… Só sei que quero colocar essa parte aqui nesse meu texto também:

Louisa était bien trop occupée à gagner de l’argent pour subvenir aux besoins de sa famille et à espérer devenir célèbre, comme la romancière Charlotte Brontë. Elle venait de lire sa biographie et se demanda, une fois le livre refermé, si « (elle) serai(t) un jour suffisament célèbre pour qu’on prenne la peine de lire le récit de (s)a vie et de (s)es luttes ».

13/15. Grifo meu.

Bon, merci énormement, Viviane Perret. Je suis sûre que Louisa est encore plus contente que moi pour cette biographie.

Louisa tem um bom humor magnifico. Quero recuperar o meu!

Foi muito gostoso terminar o capítulo 9 nesse instante em que eles conseguiram uma casa onde vão ficar por bastante tempo, ainda mais onde podem ficar juntos.

Além disso, que gostosura como Louisa fala da sua vó! E como fala que uma casa precisa de uma avó!

Chapitre 10

Poxa, tem só mais 5 capítulos! Eu já quero chorar!

Olha, é uma merda ver como a Anna não consegue se contentar com ela mesma. É realmente uma merda.

Será que ela precisa mesmo ser um gênio? Tipo, a dor da sua vida é que você não é um gênio… Como de uma maneira ou de outra seu pai queria que você fosse. Cara, que merda. Os pais têm o poder de cagar com a cabeça dos filhos, infelizmente. Só porque Anna não é A MELHOR ou genial em alguma coisa, não quer dizer que ela é menos inteligente, incapaz.. Mas ela é frustrada por não ser algo que imagina e não poder estar à altura de um sonho extremamente, extremamente alto.

É triste, bem triste, ver uma mulher com uma baixa autoestima assim.

Essa cena aqui eu também gostei bastante, ganhou meu coração. Queria deixar ela aqui com lembrança:

Malgré ses activités de pédagogue et d’activiste politique, Sanborn trouvait le temps de monter sur scène avec les soeurs Alcott. La sacristie de l’église unitarienne de Concord qui servait de salle de classe pour ses élèves était transformé le soir en théâtre. Les bénéfices de srecettes étaient vresés aux indigents. La troupe se tailla un franc succès tout le mois de décembre.

4/14

É bem difícil ler tudo sobre a morte da irmã, Betty.

Finalmente, o pai da Louisa ajudou ela! E foi ótimo, ela publicou um livro! Cara, OLHA O NOME DO LIVRO: LOVE AND SELF-LOVE. Mulher, ela é geniaaaaaaaaaaaal, eu amo ela!

Lucretia Mott, tá aí mais uma mulher que quero conhecer melhor!

Lucretia Mott, membre de la première heure avec Abba de la Société antiesclavagiste féminine de Philadelphie, décalrait regretter la violance, mais la considérait comme la résultante naturelle du système ésclavagiste américain.

12/14

Bem… O que posso dizer? É realmente tocante o quanto todos estavam tristes por John Brown, mas acho que também é aquela história: um homem branco se faz de mártir por escolha própria, e quando um branco morre pela libertação dos negros, sua história é contada pra além dos oceanos e chega até Victor Hugo publicando algo num jornal. E os negros, minha gente? Quantos se comovem com os negros?

Fica claro algo que eu acredito muito: o assédio sexual só vai parar quando os homens se responsabilizarem por essas atitudes, pois eles são os únicos responsáveis. Homens fazem parte do mundo e quando eles lerem sobre o machismo, misoginia, e tomarem atitudes concretas sobre isso, a nossa sociedade vai mudar. Como a própria Rita também disse em outros vídeos, racismo é coisa de branco. Nós devemos tomar partido nisso. Mas são nossas histórias brancas que devem circular e tocar as pessoas? Será mesmo?

Chapitre 11

Queria pegar uma foto do Lincoln porque a narradora começa falando sobre ele, mas oras… São uns desenhos estranhos. Além disso, a primeira imagem de um presidente aqui ser americano… Claro que ele é bacana, mas estado-unidense? Ah, obrigada, passo.

Cara é super engraçado ela falando da barba, mas ao mesmo tempo, depois de ler o livro da Thais Farrage, eu vejo como isso é importante. Além de extremamente engraçado: como as aparências importam. Elas importam muito.

Singelamente feliz por Joseph Palmer ter encontrado seu bando e talvez um senso de pertencimento antes de morrer porque todos tenham começado a usar barba. Acredito ser extraordinário e quem sabe um apreço da autora pelo Joseph Palmer ela voltar a essa discussão e trazer essa frase com um desfecho contente pra esse homem, ostracizado em sua juventude por ter uma barba (nenhuma dessas palavras contém ironia).

Cara, eu entendo. Como assim cortara o cabelo dela? Eu também ficaria horrorisada.

Ela sacrificou sua saúde.

Chapitre 12

Olha, eles tão ficando curtos…

Mal acredito que ela teve uma paixão por um polonês. Faz sentido, dá pra ver que ela gosta de quem não pode correspondê-la. Ela a chamar de mamãe foi o fim da picada, e fiquei bem contente que, ao que parece, no fim das contas ele se apaixonou pela outra mulher que Louisa, a princípio, ia cuidar (e com quem teve bastante paciência um bom tempo…).

Esse capítulo foi muito gostoso de ler. Ver que ela ficou contente de novo com pessoas novas depois de passar por tantas dores é revitalizante! Revitalizador?

Chapitre 13

Bem, May pode não ser uma gênia, mas foi constantemente lembrada pelo cara que esculpiu a estátua de Abraham Lincoln porque foi, simplesmente, professora dele.

O que faltou à May foi confiança em si mesma, reconhecimento de sua família e uma mexida nos pauzinhos para que ela conhecesse as pessoas certas, como seu pai conseguiu fazer com Louisa. Espero que ter um aluno brilhante e que reconheça seus talentos e aprendizados tenha sido de grande satisfação para ela.

Cara, ela escreveu o livro em 9 semanas. 9 semanas.

Caralho, mano. Bouvoir adorava a Jo.

MAY!!! CONSEGUIU FICAR AO REDOR DE PESSOAS QUE ALORIZARAM SEU TRABALHO! AINDA BEM QUE O JOVEM ESCULTOR NÃO FOI A ÚNICA COISA QUE ELA TEVE COMO RECONHECIMENTO! VAI MAAAAAAAAAAAAAAAAY!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Não basta ter tia, a sobrinha tem que ter o mesmo nome que ela.

Chapitre 15

Cara eu já cheguei aqui.

Eu queria muito adiar essa leitura toda e ter uma história de vida eterna da Louisa May Alcott.

Ô meu deus. É gostoso demais, é prazeroso demais ler esse livro.

Cara, ela adotou a prórpria sobrinha. A May arrasou e eu to extremamente feliz pela Louisa.

Bronson Alcott tá passando por aquilo que mais temo: ver todos ao seu redor morrer. Todos. E saber que logo, logo, será ele.

Épilogo

To chorando mais, mas tá até difícil de chorar.

Esse meu choro (que foi bem… curto e não consegui me conectar) me lembrou um pouco os da minha mãe. Eu tentava respirar fundo e chamar o choro e ele não vinha. Normalmente não ligo pro fato de chorar em público, mas talvez por estar na França tenha sido mais difícil. E de novo, já to apática, como se não quisesse, há cinco minutos atrás, ficar em posição fetal e perguntar num berro, por quê, meu deus, ela teve que morrer?

Ao menos nem ela nem o pai tiveram que suportar passar pela perda um do outro. Espero que eles tenham se aproveitado no fim.

É realmente uma pena Lulu ter saído de onde ela foi criada e nunca mais ter voltado pra lá porque o imbecil do pai dela queria o dinheiro da tia.

Ser mulher é foda, é extremamente complicado. É perigoso e é muito difícil.

Que pai de merda. Espero ao menos que o marido seja melhor.

E agora… escrever um email à Viviane Perret.

Está exatamente na hora que o café vai fechar e eu já quero comer um pouco.

MEU DEUS EU VOU CONHECER UMA ESCRITORA se ela quiser.

Rakwé à Lyon 1er

Acabei de achar esse café por acaso: era o mais silencioso e a moça me deu um sorriso enorme de presente quando cheguei, perguntei onde tinha tomada pro meu computador e pedi o capuccino toda sem jeito… Acho que ainda to olhando um pouco o além e to meio perdida.

Aqui em Lyon 1er tudo é mais caro, mas o capuccino não é nada fora do esperado. É o melhor que já tomei até agora também…

Quero também começar a escrever sobre o livro que to lendo da Viviane Perret sobre a Louisa May Alcott. Ela tá sendo uma inspiração pra mim nos últimos tempos, e quero logo poder encontrar a autora, Viviane, pra poder conversar com ela sobre a escrita.

Conforme o Greg foi falando dela pra mim, eu fui idealizando ela na minha cabeça. Mas a flecha final que chegou no meu coração foi descobrir que ela é uma escritora. Fora a minha professora Bianca, nunca conversei com ninguém sobre a escrita.

Devo ter falado uma ou duas vezes com a Bianca sobre escrever, e ainda por cima poemas.

o capuccino é mesmo bom, eu devorei ele.

Não sou de escrever muita poesia não, muito menos ler.

A verdade é que quero escrever qualquer baboseira agora, só pra publicar no blog. To contente demais que achei esse cantinho virtual!

Bem, vou ao livro. E to pensando em um post só pra ele, que eu possa constantemente atualizar.

Sorriso no rosto ao deixar essa escrita: hoje cuidei do meu cabelo quase completamente, escolhi uma roupa que gosto pra sair, quis passar maquiagem, achei ela bonita, to sentada perto da parede onde minhas costas vão ficar definitivamente retas e sim, eu juro, vou ler!

Até já, já!

Sobre

A VONTADE DE FAZER UM ABOUT QUE NEM NO TUMBLR E FICAR ME DEFININDO MIL E UMAS VEZES!

Saudades dessa época boa!

O blog

Acima de tudo, quero compartilhar uns pensamentos. Quero fazer perguntas, quero compartilhar informações bacanas que encontro sem alimentar o metaverso… Quero encontrar pensamentos de outras pessoas bacanas, quero pensar sobre os meus princípios e os meus valores pra esse mundão aí…

Quero pensar um pouco mais fora da minha cabeça, e quem sabe mais gente vem pensar comigo! Quero me entender um pouco melhor, e o que poderia ser mais bacana do que a escrita sobre o que gosto pra fazer isso?

E sobre mim

Saudades do tumblr <3

Um dos meus primeiros sonhos profissionais é ser professora de literatura no ensino médio brasileiro. Primeiro em escolas particulares, e então em escolas públicas.

Mas o mundo já deu mil voltas, eu já dei outras mil. Cada um pra um lado, muitas vezes se cruzando.

Vim parar em Lyon, na França. Antes passei por Jundiaí quando fui estudar em São Paulo. Nenhuma dessas é a linda São Carlos de onde eu nasci, passei o ensino médio (tão importante pra mim) e onde mora a maior parte da minha família.

Depois de estar tão formatadinha em São Carlos, vislumbrando o meu futuro, hoje não sei de mais nada, quero muita coisa e aproveito um momento em que meu foco não precisa ser tão nítido sobre o futuro, nem sobre nada.

Bem, acho que é isso: quero pensar principalmente o presente e o futuro, as coisas que gosto, num mundo digital e sem anúncios 🙂

Mes petits détails

Ganhei uma câmera e queria colocar minhas fotos em algum lugar. Não queria não que fosse no insta, mas não pensava em outro lugar que meus amigos pudessem realmente ver as fotos. Além disso, eu poderia dar uma editada, colocar no mundo: faria mais do que apertar na câmera e salvar tudo no google drive.

Pois bem, ainda não sei como quero organizar, mas prefiro deixar todas as fotos que já estavam no meu instagram @mes_petitsdetails nesse post aqui. As próximas fotos que tirar, vou pensar em como organizá-las no blog – ainda preciso aprender a organizar e usar tudo! Mas já é muito legal ter a perspectiva de um lugar que posso ficar online a vida toda sem publicidade e com privacidade!

O mais legal de criar um insta pra foto é porque eu queria algo separado. Agora, quero que esse blog seja uma confusão organizada: quero tudo aqui. Pensamentos aleatórios, escritas filosóficas de verdade, fotos, vídeos, tudo e tudo! Espero pensar num jeito bonito de organizar, porque adoro algo organizadinho (minhas roupas espalhadas estão rindo de mim nesse instante).

Bem, então o que foi o @mes_petitsdetails está aí:

Torre Eiffel

Bem, como é pra falar do que eu quiser… Buscando essas fotos lembrei do momento que vi a torre. Foi bem importante pra mim. A Bella e a Lau estavam comigo, e depois de olhar pra torre a primeira coisa que elas fizeram foi ligar pras suas famílias e mostrar onde tavam, comemoraram contentes por chamada de vídeo todas juntas.

Num primeiro momento me senti sozinha, do jeito que só a depressão sabe deixar a gente. Não acompanhava ainda um psiquiatra nem psicólogo, então fica difícil eu sozinha dizer que já tinha depressão. Se não for a doença propriamente dita, posso dizer com certeza que meu estado, sentimentos, agonias, eram sim depressivas. Entende? Não pelo termo científico. To indo pro lado mais literário (e não literal).

Mas depois me senti bem. E não era uma solitude qualquer, como a de hoje em dia. Eu fiquei repetindo pra mim mesma que tudo bem, e nem pra minha vó eu queria ligar. Queria, mas não queria. Queria e não queria. Um momento eu quis ficar comigo mesma, e ao invés de pensar “eu não tenho família como elas”, pensei mais “eu cheguei até aqui.”

E foi bastante no sentido de conseguir sair de tudo que me deixava mal e dizer: do meu jeito, comigo mesma, eu, nós chegamos aqui.
E desde então minha viagem anda sendo entender o que me aprisiona ainda na minha mente, como lidar comigo mesma e a inconstante de aceitar e não aceitar o passado, o presente, qual futuro quero pra mim. Hoje posso ver na minha família mais liberdade e amor do que aprisionamento. E em mim mesma também.

E acima de tudo, eu tenho certeza absoluta que em momento nenhum estive sozinha. Sempre rodeada de pessoas que me amam, me ajudam, quem escolhi manter na minha vida porque pensava que se importavam comigo… E se importam mesmo.

Segurança anda sendo uma palavra que ando procurando bastante na vida e em todas as relações (comigo mesma inclusive). A Andressa desde a noite na torre Eiffel consegue digerir melhor a violência e o amor da vida. Quero muito acreditar que esses pequenos passos hoje, como mudar de navegador da internet, possa me ajudar a entender que o mundo pode ser um lugar melhor não só pra mim.

E como amo o tempero drag, o tiago avila, sabrina e tantos outros, tenho certeza de que não são só minhas ações individuais. Mas hoje tenho coragem de focar apenas nelas.

Espero que todos se deem a chance de dizer “eu consegui”. E que eu possa me dar ainda outras mais.

Praça do Outono

Minha ponte

Essa ponte! Quando tava muito ansiosa eu ia andar da Pont de l’Université até essa ponte, quando não até o Feyssin. Faz tempo que não faço isso (até porque to com 0 vontade de passar pela Guillotière). Eu sempre tava internamente buscando alguma coisa, e ela ficou pra mim como uma imagem de força. Eu bem que queria me sentir mais forte e menos frágil. Ainda nessa época, tudo era intenso e minha mente parecia se transformar a cada mês. Sentia essa transformação no corpo todo. Infelizmente eu também tava muito mal, triste, sem me cuidar mesmo. O mundo parecia todo triste, e eu me acostumava e me agarrava a essa ideia todo dia um pouco mais.
Passou, e ainda bem que passou, que bom que passou, e que necessário foi passar por isso tudo.

Fête de Chamas 🔥

Olhos de Família

Musée des Beaux-Arts de Lyon

Et voilà la fin !

Et voilà meu insta pras fotos, que agora vai ser parte desse blog! To muuuuuuuuito animada! É bom saber que a internet pode ser diferente.

Começando

Nossa como eu tô perdida! São tantas opções e eu não entendo nada! O melhor é ir entendendo aos poucos. Mas posso começar com a minha grande questão sem solução: como viver?
Como viver hoje? Como viver SEMPRE, independente do tempo, espaço… Como viver?
Como querer criar e com o tempo desenvolver um eu aqui pelo computador, na frente de um monitor, uma personalidade aqui pra mim… com toda a doideira do google e marckinho que só querem que eu clique em anúncios?
Será que vale mesmo a pena eu querer passar mais ainda meu tempo aqui em frente a uma tela?
Meu cérebro coça pra eu voltar pro instagram! Eu podia ter feito mil e uma atividades, ou talvez nenhuma, mas eu teimo em querer voltar pra frente do computador!
Conversas que podia ter comigo mesma, que sempre tão rondando minha cabeça e muitas vezes não sei com quem conversar sobre.
Queria ter alguém diferente e mais inteligente do que eu sobre tudo para conversar sobre tudo a maior parte do tempo.
Eu gosto de aprender de alguém. Eu gosto da troca. Ser autodidata pode ser muito bacana, mas nada como arranjar um novo mestre pra vida.
Eu to é bem cansada. Mas definitivamente volto pra cá. Pra colocar mais perguntas do que resposta, definitivamente.
Talvez comentar os livros que to lendo…
Quem sabe escrever aquele(s) texto(s) sobre aquele(S) filme(s) que nunca terminei…!
Uma forma de colocar certos pensamentos meus pro mundo, pra internet, sem que eu alimente o instagram ou facebook!
Quero espalhar o vivaldi pra todo mundooooooooooooo! E meus pensamentos também!